EUNÁPOLIS (BA) — Em meio a uma série de deficiências nos serviços públicos essenciais, a contratação de um show da cantora Ana Castela, com cachê que pode chegar a R$ 1,2 milhão, gerou forte repercussão entre moradores e levantou questionamentos sobre as prioridades da administração municipal.
De acordo com veículos nacionais como RIC.com.br, Diário do Comércio, GCMAIS e Maisnova, o valor do cachê da artista varia entre R$ 850 mil e R$ 1,2 milhão por apresentação. A informação provocou indignação especialmente entre moradores que convivem diariamente com postos de saúde sem médicos ou medicamentos, escolas sem merenda ou estrutura mínima, ruas mal iluminadas e uma fila de cirurgias que se arrasta há anos.
Embora eventos culturais tenham seu valor e contribuam para o lazer e a economia local, a realização de uma apresentação com esse custo milionário — em um momento de fragilidade evidente dos serviços básicos — foi encarada por muitos como um desrespeito à população e uma inversão de prioridades.
“Não somos contra a cultura, mas a cidade está cheia de problemas urgentes. As pessoas estão sofrendo nos hospitais, as escolas estão abandonadas, e a prefeitura gasta esse valor em um show? Isso não é aceitável”, afirmou um morador que preferiu não se identificar.
A falta de transparência sobre os critérios da contratação também é motivo de preocupação. Não foram divulgados detalhes sobre o contrato, licitação, nem justificativas públicas que expliquem a alocação de recursos em meio à atual crise dos serviços públicos.
Especialistas lembram que a Constituição Federal assegura como direitos fundamentais o acesso à saúde, educação e segurança. Quando esses direitos são negligenciados em nome de eventos de entretenimento, o que está em jogo é o compromisso ético da gestão pública com a população.
A redação do site entrou em contato com a assessoria da Prefeitura de Eunápolis e aguarda posicionamento oficial.
Enquanto isso, o contraste entre o investimento no espetáculo e o abandono de necessidades básicas continua a indignar moradores, que pedem fiscalização rigorosa dos órgãos competentes e mais responsabilidade com o dinheiro público.