A recente mudança no sistema de chamamento de pacientes em uma unidade hospitalar privatizada tem gerado confusão e dificuldades para parte dos usuários. Antes chamados pelo nome, os pacientes agora são identificados apenas por códigos exibidos em televisores na sala de espera. A mudança, segundo profissionais da unidade, prejudica especialmente idosos, pessoas com deficiência auditiva ou visual e aqueles com baixa escolaridade.
“Será que eles não sabem que atendemos pessoas surdas, com problemas visuais ou sem instrução escolar?”, questionou um profissional da unidade, que preferiu não se identificar. Para ele, a nova modalidade de atendimento, longe de representar um avanço, configura um retrocesso no acesso à saúde pública.
A implantação do novo sistema ocorreu sem diálogo prévio com a sociedade. O responsável pela privatização da unidade, Robério Oliveira, não abriu espaço para debate público antes da mudança, o que gerou críticas de profissionais da saúde e usuários.
Para muitos, a medida reflete um distanciamento das necessidades reais dos pacientes. Sem adaptação para diferentes perfis de público, o sistema atual dificulta ainda mais o acesso à saúde, gerando indignação e reclamações entre os usuários.
A falta de planejamento e consulta pública na adoção desse novo modelo levanta dúvidas sobre a real eficácia da privatização da unidade. Enquanto isso, pacientes seguem enfrentando barreiras para um atendimento digno e acessível.