Com o início de um novo ciclo político em Eunápolis, a atuação da oposição entre 2021 e 2024 será crucial para o equilíbrio democrático e a fiscalização do governo municipal. Resta saber se os opositores manterão uma postura firme na denúncia de desmandos e irregularidades ou se serão seduzidos por eventuais benefícios oferecidos pelo poder, como cargos e outras benesses.
Entre os vereadores que se destacaram na legislatura anterior, Renato Bromochenkel foi, sem dúvida, o símbolo de uma oposição combativa e baseada em provas. Suas denúncias, sempre fundamentadas em documentos, consolidaram sua imagem como um defensor incansável da transparência e do respeito às leis.
Outro nome que marcou presença foi Arilma Rodrigues, que, como relatora, apresentou um parecer pedindo o afastamento da então prefeita Cordélia Torres. Em seu relatório, Arilma apontou inúmeras ilegalidades cometidas pela gestora, demonstrando coragem ao enfrentar pressões políticas.
O novato Pedro Queiroz, por sua vez, mostrou que maturidade, caráter e decência são qualidades indispensáveis para uma boa vereança. Sua postura ética e sua capacidade de dialogar sem abrir mão de seus princípios destacaram-no como uma promessa de renovação na política local.
No entanto, o cenário atual desperta preocupações. Entre os opositores, há sinais de que alguns podem estar se aproximando demais do atual prefeito, Robério Oliveira. Fotos que mostram sorrisos largos e demonstrações de simpatia com a base governista levantam dúvidas sobre a firmeza de seu compromisso com uma oposição séria e independente.
Essa proximidade, se não for bem explicada, pode minar a confiança do eleitorado, que espera vereadores vigilantes e comprometidos com os interesses do povo. A cooptação de opositores por meio de cargos ou outras vantagens seria um golpe para a fiscalização do governo e um retrocesso para a política municipal.
Eunápolis anseia por uma gestão alinhada aos interesses populares e pela construção de uma cidade próspera. Para isso, é fundamental que a oposição atue com responsabilidade, denunciando desmandos e sendo um contraponto saudável ao governo, sem se deixar corromper pelo poder.
Os eunapolitanos estarão atentos, avaliando a conduta de cada representante eleito. A credibilidade da oposição será medida pela coerência de suas ações e pela capacidade de resistir às tentações que costumam acompanhar o jogo político. A cidade merece – e exige – um trabalho sério e comprometido.