“O cúmulo do ridículo e da cafonice” é uma obra que se destaca por sua crítica social mordaz, utilizando uma galiota como protagonista de uma adesivaço em uma narrativa que reflete a insatisfação popular com grupos políticos. A história revela como a rejeição da população pode se tornar uma força letal, especialmente quando ligada a figuras políticas que, em sua essência, representam a desilusão coletiva.
Isan Botelho, o autor, constrói uma trama onde a figura do “Peba”, o prefeito mais rejeitado do Brasil, se entrelaça com a narrativa. O uso de parentesco entre os personagens não é apenas uma escolha literária, mas uma crítica à perpetuação de dinastias políticas que frequentemente carecem de legitimidade e respaldo popular. A obra provoca uma reflexão sobre as relações de poder, a influência familiar na política e o quanto a população pode se sentir traída por aqueles que deveriam representá-la.
Assim, “O cúmulo do ridículo e da cafonice” se torna não apenas uma fábula sobre a galiota e suas desventuras, mas também um espelho da sociedade que, saturada pela falta de alternativas, se vê às voltas com a própria apatia e desencanto. A narrativa de Botelho é um convite à reflexão sobre o papel do cidadão e a importância de questionar aqueles que ocupam cargos de poder.