Eunápolis (BA) — Uma forte manifestação paralisou o tráfego na BR-101, na entrada de Eunápolis, nesta sexta-feira (17), em resposta à brutal execução do motorista de aplicativo e segurança Weverton Santos, morto pelo chamado “tribunal do crime” em circunstâncias que chocaram toda a cidade. Familiares, amigos e colegas de trabalho ocuparam a rodovia exigindo justiça e cobrando respostas imediatas das autoridades de segurança pública.
Weverton era conhecido por sua dedicação ao trabalho e por fazer de tudo para garantir o sustento da família. A comoção gerada pela sua morte rapidamente se transformou em revolta. Pneus foram queimados, cartazes levantados e gritos de indignação ecoaram entre os manifestantes: “Queremos justiça!”, “Quem matou Weverton?” e “Segurança pública, até quando omissa?”.
Segundo testemunhas, Weverton desapareceu após aceitar uma corrida. Horas depois, seu corpo foi encontrado com sinais de tortura e execução sumária — um crime com fortes indícios de ter sido cometido por facções criminosas que agem como juízes da morte em territórios vulneráveis, onde o Estado se ausenta.
Os protestos ganharam força com a ausência de posicionamento concreto por parte da Secretaria de Segurança Pública da Bahia, que até o momento não apresentou esclarecimentos sobre o caso nem medidas imediatas de combate às ações desses grupos criminosos. Para muitos, a morte de Weverton é mais um retrato da falência da segurança pública no interior do estado.
“Era um homem honesto, que trabalhava dia e noite. E agora está morto. E o que o Estado faz? Nada!”, desabafou um dos manifestantes, visivelmente abalado.
O ato, embora pacífico, interrompeu o tráfego por horas e chamou a atenção da imprensa regional e estadual. Representantes da categoria de motoristas de aplicativo exigem uma audiência urgente com o governo estadual e a criação de medidas emergenciais para garantir a integridade física dos trabalhadores.
Weverton Santos agora se torna símbolo de uma luta coletiva por segurança, dignidade e justiça. A cidade de Eunápolis clama: esse crime não pode cair no esquecimento.