RIO DE JANEIRO – É com veemência que repudiamos a conduta do criador de conteúdo Renato Pereira, conhecido pelo canal “Canal do Pereira”, diante de um caso gravíssimo de exposição indevida, assédio e violência moral contra uma mulher em situação de vulnerabilidade.
A vítima, que havia procurado ajuda em seu canal após sofrer ataques de uma pessoa com histórico de violência, confiou em Pereira como um possível amparo. No entanto, o que se seguiu foi uma escalada de abusos, chantagens emocionais e constrangimentos que culminaram na exposição pública de conteúdo íntimo sem consentimento — uma clara violação da dignidade, da privacidade e dos direitos fundamentais da mulher.
Segundo relatos, após um breve vínculo de confiança, o criador passou a assediar a vítima com mensagens de cunho sexual. Mesmo após expressas negativas e sinais de fragilidade emocional — incluindo episódios de pânico —, Renato Pereira intensificou o comportamento abusivo, chegando a exigir e receber conteúdo íntimo sob coação emocional. Posteriormente, divulgou esse material para terceiros, utilizando-o como instrumento de vingança e humilhação pública.
A exposição de imagens íntimas, além de imoral, constitui crime no ordenamento jurídico brasileiro, conforme prevê a Lei nº 12.737/2012 (Lei Carolina Dieckmann), além de configurar violência psicológica, perseguição (stalking), assédio moral, difamação e misoginia, tipificados no Código Penal e amparados por dispositivos constitucionais que garantem o direito à honra e à imagem.
A atitude de Pereira, que prosseguiu com lives e conteúdos depreciativos mesmo após apelos desesperados da vítima, representa não apenas uma afronta à dignidade da mulher, mas também um grave exemplo de como figuras públicas e criadores de conteúdo podem usar sua audiência como arma de violência simbólica e emocional.
Segundo informações, ao menos três mulheres já abriram processos contra o influenciador, e o caso está sendo encaminhado à Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM). Espera-se que a Justiça aja com rigor, e que a responsabilização penal e cível venha em tempo hábil, como forma de coibir práticas semelhantes na internet.
Às vítimas de violência digital, lembramos: você não está sozinha. Procure imediatamente apoio jurídico e psicológico, acione a delegacia da mulher mais próxima ou disque 180. A internet não é terra sem lei. E nenhuma mulher merece ser silenciada, usada ou exposta por quem deveria acolher.
Este veículo reafirma seu compromisso com a defesa dos direitos humanos, com o respeito às mulheres e com o combate firme à violência de gênero em todas as suas formas — inclusive no ambiente digital.
Essa mulher, emocionalmente abalada, sob ameaça, com histórico de ansiedade e depressão, foi submetida a uma escalada de manipulação e constrangimento. Renato Pereira, que se apresentou como defensor, virou agressor. Usou de sua audiência, de seu canal, de sua influência para exercer domínio psicológico sobre uma mulher vulnerável. E o pior: divulgou um vídeo íntimo, obtido sob coação, como ferramenta de vingança — uma prática sórdida, covarde e repulsiva.
Essa barbárie não pode passar impune.
Divulgar imagens íntimas sem consentimento é crime previsto na Lei nº 13.718/2018, que trata da violência sexual, e na Lei Carolina Dieckmann (nº 12.737/2012), sendo também configurado como stalking (perseguição), difamação, injúria, assédio moral, abuso de poder e misoginia.
Não há zona cinzenta. O que houve foi CRIME.
E as autoridades precisam agir imediatamente. É inadmissível que esse tipo de violência se perpetue diante da inércia de instituições que deveriam proteger e garantir os direitos fundamentais da mulher. É inadmissível que esse homem continue impune, fazendo lives, ganhando audiência, alimentando o ódio e a cultura da humilhação.
Onde está o Ministério Público? Onde estão as Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher? Onde está o Judiciário, que não decreta medidas protetivas urgentes e preventivas contra essa máquina de exposição e dor?
Chega. Não aceitaremos mais que mulheres sejam usadas, coagidas, silenciadas ou descartadas como lixo diante dos olhos de uma sociedade conivente e de autoridades omissas.
Essa mulher não está sozinha. E nenhuma outra mulher pode ser. Que a Justiça brasileira, as plataformas digitais e todos os agentes públicos assumam sua responsabilidade. A impunidade de hoje será o grito de desespero de outras vítimas amanhã.
Às mulheres, dizemos com firmeza: denunciem. Não calem. Procurem apoio, acessem a rede de proteção, liguem 180. Vocês não estão sozinhas.
E a Renato Pereira, deixamos claro: a sociedade está vendo. E vai cobrar.