A Bahia foi o quarto estado em número de denúncias de violência contra crianças e adolescentes em 2019 feitas pelo Disque 100. Segundo o Conselho dos Direitos da Criança e Adolescente, Feira de Santana, cidade a 100 quilômetros de Salvador, está entre as 20 cidades do país com maior número de internações por causa de aborto e violência sexual.
De acordo com o conselho, na Bahia, seis crianças ou adolescentes sofreram por dia, entre 2011 e o primeiro semestre de 2018, algum tipo de violência sexual. O estado registrou 16.175 casos no Dique 100.
Só no primeiro semestre deste ano, o estado já registrou 454 denúncias, o que faz com que o estado ocupe o quarto lugar com maior o número absoluto de denúncias feitas pelo disque 100, ficando atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Bahia é o quarto estado com mais registros de denúncias de violência contra crianças e adolescentes — Foto: Reprodução / TV Bahia
Entre as 20 cidades que mais registraram internações em decorrência de aborto e violência sexual, 17 são capitais e, entre as outras três cidades, está Feira de Santana.
O Hospital Estadual da Criança (HEC), de Feira de Santana, registrou no primeiro semestre desse ano, 13 atendimentos em crianças vítimas de violência sexual. Em todo o ano passado, foram 69 casos.
“Às vezes, a família chega com um relato de que houve uma queda. Uma vez que a gente acha que pode ter tido uma violência sexual, a gente vai iniciar um protocolo com assistente social, às vezes a gente precisa da ajuda da assistência psicológica”, disse a pediatra do HEC, Elis Almeida.
Mas nem todos os casos chegam aos hospitais, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Feira de Santana, registrou 45 atendimentos de janeiro a junho desse ano.
“Na violência sexual não houve um aumento expressivo, porém também tem outros tipos de violência como a física, psicológica e a negligência”, comentou a presidente, Liliana Carvalho.
De acordo com o coordenador de polícia da região, delegado Roberto Leal, só nesse ano, 21 inquéritos foram instaurados para investigar casos de violências contra crianças e adolescentes.
O número é igual ao de casos de abuso sexual contra menores, registrados pelo Conselho tutelar de Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia, entre janeiro e junho do ano passado. No mesmo período deste ano, oito casos foram descobertos.
Apesar da redução, a conselheira tutelar Verúzia Santana, alerta que houve uma queda também em relação ao número de denúncias.
“Não que deixou de acontecer as demandas, as denúncias estão vindo sim, mas a gente tinha um número muito maior”, disse.
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