Esta semana a opinião pública em Eunápolis foi pega de surpresa com a publicação, no Jornal Oficial do Município de pelo menos 10 pessoas indicadas pelo vereador Francis Gabriel, do PTC, eleito pelo grupo do empresário Ramos Filho. Os indicados são esposa, írmão e amigos do parlamentar. Muita gente não tinha informação sobre a nova orientação política do mais novo adepto do grupo governista.
Há cerca de 30 dias, Francis já havia comunicado que deixou a base aliada a Ramos. O vereador disse que “resolveu dar uma chance à prefeita” aquela mesma que até o primeiro semestre deste ano ele ainda taxava de blogueirinha e a quem aconselhava: “tomar vergonha na cara”, em total desrespeito ao cargo da prefeita e à sua condição de mãe e mulher.
Francis, que em seus momentos de denuncismo, sem jamais se dirigir ao ministério público para prestar uma notícia crime ou mesmo uma denúncia, comportamento pelo qual foi chamado à atenção, em sessão plenária, pelo colega Tiago Mota (Republicanos), costumava ser veemente ao apontar as mazelas do Executivo, como nepotismo. Hoje ele tem parentes próximos nos cargos na gestão de Cordélia Torres.
Como se não bastasse, o vereador acredita que o grupo ligado a Ramos, que o apoiou na eleição passada em respeito e consideração à liderança do empresário, vai também dar as costas ao antigo ninho. Por isso, tem feito visitas aos simpatizantes e apoiadores do empresário, buscando pessoas para acompanhá-lo nessa troca de “padrinho”. Sabe-se que nestas abordagens ele justifica a mudança dizendo-se “injustiçado”, apesar de ter ganhado um mandato de presente.
Ainda sobre esse relacionamento com a prefeita Cordélia Torres, não se sabe se Francis será prioridade para o grupo dapezistas que tem outros nomes no topo da lista, como Arthur Dapé e Wallas Torres, o primeiro filho de Dapé e o segundo, sobrinho favorito da prefeita. O tempo e as eleições de 2024 dirão se Francis tem razão e se conseguirá se reeleger.